sábado, 7 de novembro de 2009

Nasceu o Tira Teima

Aí, pessoal, aos poucos, sempre que encontrar um tempinho no meu dia-a-dia corrido, vou publicando o que o Thomás e eu aprendemos sobre o Tira Teima. O que redigi abaixo é um pedacinho da história do Boi que o Roberto Gersino nos contou no bate papo de ontem, mas também conversamos sobre outros assuntos que serão temas dos próximos posts.


Batendo papo com Roberto Gersino

O Boi Tira Teima foi criado no dia 5 de outubro de 1922 como mais uma opção para se brincar carnaval. Na época, existiam bailes, clubes de frevo e escolas de samba onde só a elite da cidade participava. Além do apoio da prefeitura, a agremiação também contava com o patrocínio dos comerciantes que assinavam o "livro de ouro" e com os trocados dados pelos moradores das ruas por onde o Boi passava.

Na década de 1920 já existiam outras agremiações semelhantes, a exemplo do Boi Bandeira. Durante as apresentações, que costumavam ser na rua da igreja matriz, os bois brigavam entre si. Era uma brincadeira que divertia muita gente. Essas disputas eram chamadas de "teimas". Daí o nome do nosso boi: Ele prometia vencer todas as teimas.

Uma curiosidade é quanto a estrutura do boi. Passado o período carnavalesco, sempre havia reparos, consertos, mudança do couro, na pintura e etc. Mas a armação, segundo Roberto Gersino, é a mesma desde de a criação, ou seja, tem 87 anos.

Roberto não pode precisar, mas disse que o seu pai, Seu Gersino, não é o criador do Tira Teima. Antes dele, o Boi tivera cinco outros donos, entre eles, Zé Pintor e Antônio Vaca Braba. Seu gersino, na verdade, passou a ser brincante da agremiação a partir dos seis anos de idade.

Hoje, sem muito incentivo de nenhum setor, o Boi Tira Teima tem 35 participantes. Os mais novos tem cerca de sete anos de idade. Quase todos tem algum grau de parentesco com Seu Gersino ou, pelo menos, mora na mesma comunidade, o Sítio Queimadinha, atualmente denominado de Loteamento Cidade Agreste. Dos 35 componentes, oito fazem parte da percussão. São quatro bombos, um tarol, um chocalho, um reco-reco e um ganzá.


Carlos Plácido

Um comentário:

Curta-metragens superlegais